sexta-feira, 22 de julho de 2011

Prazer, Danuza.


Além de Woody Allen, tem uma outra pessoa que minha mãe também me ensinou a gostar: Danuza Leão. Não lembro quando eu comecei a ler as crônicas dela... Sei que todo domingo eu e minha mãe conversamos sobre o que ela escreveu. Acho que ela tem uma sensibilidade incrível e consegue colocar de um jeito prático ( no papel) muitas angústias e dilemas da nossa vida.
Já mandei pedaços de textos de Danuza para duas pessoas. Um foi esse aqui:
"Viver é complicado? É, um pouco. E como tornar a vida mais fácil? Entre outras coisas, aprendendo que todos nós temos um código e, quando passamos a conhecer o nosso, e o dos outros, tudo fica mais suave. (...) Os horários, por exemplo: um encontro marcado para nove da noite pode significar nove e meia; entre dez e meia e onze; e em alguns casos até nove horas mesmo. Agora, se você conseguir decodificar o idioma da pessoa, não vai se irritar de ficar esperando duas horas, porque já sabe que, quando ela diz nove, está querendo dizer onze, certo? São essas filigranas que desgastam a relação e você deve fazer todos os esforços para evitar que isso aconteça."
E o outro ... “E com o amor, a mesma coisa; entre um rapaz de bom caráter, trabalhador, aquele que já se sabe que vai ser um marido fiel -teoricamente, o homem certo-, ela costuma preferir um cafajeste, que não tem trabalho fixo (vive de expedientes), aquele que faz com que ela passe noites em claro esperando que ele apareça -ele, que não pode ver um rabo de saia e que apronta sempre.
E, se ele aparecer, ela abandona o rapaz certo e volta para os braços dele quantas vezes ele quiser; por que será que entre o que nos faz bem e o que nos faz mal -e quanto mais mal, melhor-, a gente sempre prefere o pior?
A vida é mesmo complicada: não podia ser ao contrário?”

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