Coitado desse papai noel....

@xulyyy escreveu no seu blog alguns motivos pelos quais papai noel ( vulgo qualquer pessoa) deveria dar a ela um iPad! Vamos ver? O POST DE JULY É GIGAAAA

"Querido Papai Noel,

Não sei se você sabe, mas agora os brasileiros pobres que não viajam, time do qual eu faço parte, podem ter o seu próprio iPad, sem precisar encomendar para o primo que vai passar a lua de mel em Buenos Aires. Por isso eu acho que é o momento perfeito para eu ganhar o meu também, de Natal, olha só, tem data mais oportuna? Pro caso de rolar alguma dúvida se eu realmente mereço ou se tem alguém que merece mais que eu, aí vai uma listinha com os motivos que fazem ser merecedora desse incrível presente que pode ser divido em 12 vezes sem juros. E com frete grátis! Lá vai:

- Nunca na história da humanidade alguém gostou mais de coisas inúteis [ou não-exatamente-úteis, como eu prefiro chamar] do que eu. Se você perguntar quem já colecionou chaveiros, vou responder ‘eu já!’; se contabilizar em número de folhas quem mais comprou cadernos, cadernetas, agendas e bloquinhos em geral, eu serei a vencedora, isso sem falar em post-its, borrachas decorativas, estrelinhas de papelaria, papel colorido e mini-envelopes; e se quiser saber quem comprou um pinça beliscadora essa semana só porque achou bonitinha e estilosa, encontrou aqui mesmo essa pessoa. Ah, não vou citar coleção de canetas como coisa inútil porque, né, eu sempre escrevi com todas elas. Ou quase todas.

- Esse ano todo eu me comportei super bem. Na faculdade, passei direito em todas as matérias e só briguei com dois colegas. E foi por email! Não como mais folhado e não sou separatista, além de não mais marginalizar o que eu não gosto. Não matei mais do que 5% das aulas, não usei gifs animados em nenhum slide e não gastei todo meu dinheiro em lanche, embora ele misteriosamente tenha se convertido em gordura saturada acumulada na barriga.

- Não fiz nenhuma dívida com costureira, não comprei nenhuma roupa que eu não tenha usado e só trouxe pra casa um sapato desconfortável [o que em breve será resolvido com o alargador de sapatos de Titi]. Só comprei cinco bolsas e tenho o maior cuidado de usar todas num rodízio justo e dinâmico, que é pra nenhuma ficar triste jogada no canto. Eu dei todas as roupas que não usava há muito tempo, não guardei nenhuma porcariazinha que pudesse servir pra uma festa da baranga. ( essa parte é muitooo importante!)

- Durante todo o ano, mantive meu armário e gavetas provisórias e malas de viagem e caixas de mudança na mais perfeita ordem e arrumação. Nenhuma blusa foi embolada no cantinho a ponto de ser esquecida, nenhuma vez eu saí com a roupa tão amassada que parecia ter sido atropelada e nenhum cabide abrigou mais de uma peça, olha que lindo!

- Além disso, eu compartilhei todos [ou quase] os meus acessórios com minha querida irmã, ajudei ela a escolher roupas e a montar looks de sucesso nas festinhas e demais eventos adolescentes. Ensinei a jovem a passar base no rosto inteiro, a usar blush com parcimônia e, principalmente, a gostar de batom. Isso é muito importante, porque jovens hoje em dia ficam com as bochechas rosa pink e esquecem da boca, que fica ressecada e horrorosa e isso é um assassinato visual. Ensinando uma adolescente a usar batom, ela ensina para outras e assim o ensinamento vai passando pra frente, como numa corrente, como no Herbalife.

- Nunca, nunca, nem uma vezinha, eu usei saia indiana com All Star e camisa do curso. Não usei bandana, não usei pochete, não usei terninho mal cortado [não usei terninho nenhum, o que é ainda melhor], não usei jaqueta jeans, não usei meia levantada e não usei mocassim. Não pratiquei poluição visual, não usei estampa de margaridas e não combinei roxo com laranja.

- Não pratiquei nenhum comportamento vergonhoso: não ouvi música gospel do celular sem fone no ônibus, não pintei o cabelo de vermelho, não fui a um show do Bello, não usei esmalte amarelo, não puxei saco de professor, não usei o cabelo como fio dental e não cuspi no chão. Coisas que, aliás, eu nunca fiz na vida. Bota um pontinho extra aí por isso.

-Mas o que mais me faz merecer ganhar um presentão de Natal é a minha capacidade de superação, força de vontade para superar obstáculos, determinação para abandonar um vício: Papai Noel, eu parei de usar Sorine. Eu era viciada desde sei lá quantos anos. Tão jovem, e com o nariz tão entupido. Entregue ao vício. Refém de umas gotinhas com gosto de lágrima. Alguém que um dia acordou e disse: Sorine, eu não preciso mais de você, sou independente, você me faz mal, está tudo acabado entre nós. Parei. Parei para sempre. Não tem gripe que me faça cair de novo nos braços do vício. E o que eu ganhei com isso, Papai Noel? Uma bela de uma crise de abstinência, 3 dias de dor de cabeça. E mais nada. (...)

Beijos e ho ho ho'